Fora do campo, era atleta de atitudes duvidosas. Dentro dele, todos previam um especialista promissor - por vezes displicente, como todo sabedor de suas futuras capacidades prováveis. Por vezes - quando falhava distraído, era vilão, xingado, diminuído, menosprezado até. Por outras, era herói, exaltado, considerado o melhor de uma nação inteira. Nação órfã de outros antigos heróis, que haviam sido consagrados pela eternidade, suas hierarquias os permitiam parar de combater diretamente, ou a partir em luta por outros campos, outras batalhas mais exigentes. Quando a veneração dos admiradores já não era mais suficiente para mantê-lo em solo conterrâneo. Nação que -ávida- buscava abrigo sob as asas de um novo herói.
Veio de outras paragens, 'do nada'. Surgiu jovem e esguio.
Tão frio nas decisões, que irritava sua torcida e destruía os opostos.
Quando distraído, assustava companheiros e surpreendia os adversários, desacreditados de tamanha falha. Era o sinal de que a profecia tão esperada, começava a ser cumprida. Por mais contraditório que parecesse...
Numa noite, a revelação se apresentou à todos de forma absolutamente concreta, raivosa até.
O atacante adversário avançou pela esquerda, cortou para o meio e, de muito longe, disparou o petardo esférico. Venenosa curva e vertiginosa velocidade acompanhavam o projétil e o traziam na direção das três barras de ferro, de forma letal para os corações dos torcedores presentes ao local.
Como que com membros inferiores dotados de potente impulsores explosivos, o quase-confirmado-herói voou preciso na direção, visando a interseptação, de braços esticados e dedos abertos. Com maestria, colheu a esfera com rara delicadeza e plasticidade. Trouxe-a para junto do peito, aconchegou-a e pousou perfeito, como se aquilo fosse coisa simples, natural dele. Atônitos, seguiam-se milésimos de segundo silênciosos, perdidos imediatamente em explosão de euforia sã. Era o batismo. A confirmação de uma certeza.
Em outro momento, numa penalidade, fez o impossível em tão pequeno espaço de tempo e de distância: decidiu-se por esperar a iniciativa adversária. Foi corajoso e confiante. Observou detalhes mínimos: o último olhar do duelista, o formatura do tronco, o posicionamento do pé batedor, a arrancada da bola e sua trajetória iniciante. Como quem usa de super-poderes, conseguiu, depois de tudo isso, arrancar-se do solo, da inércia, de nova força explosiva, na direção exata da interdição. Como armamento de artilharia que abate um míssil balístico de forma absoluta, mortal. Com a ponta dos dedos, desviou suficientemente a esfera de gomos justos para longe da meta de redes.
Novo delírio, novo pavor. Nova confirmação de um herói que nascia.
Era questão de tempo, paciência e humildade, ser também carregado nos braços do povo para o Olimpo Rubro-Negro. A Eternidade.
Veio de outras paragens, 'do nada'. Surgiu jovem e esguio.
Tão frio nas decisões, que irritava sua torcida e destruía os opostos.
Quando distraído, assustava companheiros e surpreendia os adversários, desacreditados de tamanha falha. Era o sinal de que a profecia tão esperada, começava a ser cumprida. Por mais contraditório que parecesse...
Numa noite, a revelação se apresentou à todos de forma absolutamente concreta, raivosa até.
O atacante adversário avançou pela esquerda, cortou para o meio e, de muito longe, disparou o petardo esférico. Venenosa curva e vertiginosa velocidade acompanhavam o projétil e o traziam na direção das três barras de ferro, de forma letal para os corações dos torcedores presentes ao local.
Como que com membros inferiores dotados de potente impulsores explosivos, o quase-confirmado-herói voou preciso na direção, visando a interseptação, de braços esticados e dedos abertos. Com maestria, colheu a esfera com rara delicadeza e plasticidade. Trouxe-a para junto do peito, aconchegou-a e pousou perfeito, como se aquilo fosse coisa simples, natural dele. Atônitos, seguiam-se milésimos de segundo silênciosos, perdidos imediatamente em explosão de euforia sã. Era o batismo. A confirmação de uma certeza.
Em outro momento, numa penalidade, fez o impossível em tão pequeno espaço de tempo e de distância: decidiu-se por esperar a iniciativa adversária. Foi corajoso e confiante. Observou detalhes mínimos: o último olhar do duelista, o formatura do tronco, o posicionamento do pé batedor, a arrancada da bola e sua trajetória iniciante. Como quem usa de super-poderes, conseguiu, depois de tudo isso, arrancar-se do solo, da inércia, de nova força explosiva, na direção exata da interdição. Como armamento de artilharia que abate um míssil balístico de forma absoluta, mortal. Com a ponta dos dedos, desviou suficientemente a esfera de gomos justos para longe da meta de redes.
Novo delírio, novo pavor. Nova confirmação de um herói que nascia.
Era questão de tempo, paciência e humildade, ser também carregado nos braços do povo para o Olimpo Rubro-Negro. A Eternidade.
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