A questão é: por que não ir ao estádio?

Noutro dia estava dando um rolé por algumas comunidades do Orkut, dedicadas aos 'maiores e mais tradicionais' times do Brasil. Claro que sempre com um dos meus perfis fakes e malas...
E parece brincadeira, mas uma das maiores reclamações dos torcedores é a ausência de quem pode ir ao estádio prestigiar seu dito 'time de coração', mas não vai nem ao menos uma vez por ano...
Cheguei a conclusão de que não posso falar -ou escrever- sobre uma coisa que eu não conheço. Primeiro porque meu time é realmente o maior e mais tradicional -do mundo inteiro, que dirá- do Brasil. E não preciso escrever isso entre aspas... Segundo porque vamos naturalmente ao templo Maraca e colocamos miseravelmente 20 mil cabeças (nossas) em joguinhos que não valem absolutamente nada, contra adversários de igual valor. Em jogos medianos, alcançamos 50 mil dispostos e orgulhosos torcedores -vide no último jogo contra os maloqueiros, do lipoaspirado -mas eterno- Rolnaducho.
Não vou nem comentar quando atingimos capacidade máxima e fazemos aquela festa digna de reportagem no Jornal Nacional por uma semana...
Pra mediar a história, acredito que mesmo assim, perdemos um pouco a disposição de ir ao Maraca, desde a época em que sua capacidade de público foi reduzida. Eu ainda cheguei a ir à um Fla-Fú com 109 mil combinados... Óbvio que destes, uns trinta mil eram tricoletes. E podem bater palmas pra eles... quem quiser.
Mas sinceramente? Na época em que o NOSSO estádio cabia mais de cem mil, dava muito mais disposição pra encher o eterno maior do mundo. Afinal, tinha tudo a ver: maior Time do mundo, maior torcida do mundo, maior estádio do mundo...
Agora a coisa saiu um pouco dessa lógica. Mas... é vida que segue e nem sempre o mundo pode se enquadrar a nossa grandiosidade...
Então comecei a refletir profundamente sobre o porque da razão de não precisarmos ficar fazendo campanhas orkutianas ou qualquer outra coisa do gênero pra irmos ao Maraca religiosamente como sempre fazemos semanalmente a décadas... e sem precisar alardear aos quatro ventos.
A conclusão é simples e de fácil entendimento: conscientes que somos da nossa superioridade por estarmos diante do maior Clube do planeta, também despertamos desde sempre para a necessidade de fazer desse momento algo de suma importância em nossas vidas. Ninguém precisa combinar nada. Cada um vai por si. E quem vai, sabe que uma visitinha semanal ao Maraca faz uma diferença danada na vida de cada um. Que dirá poder ir à duas...
É um dia de euforia contida e racional. É onde se desestressa do cotidiano e se faz uma avaliação de conduta e de vida. Seja o Rubro-negro executivo, morador do Leblom e que vai ao estádio no final do expediente, ainda de camisa social e gravata afrouxada, seja o camelô ralador, morador de Acari, que ainda vai dar expediente nas redondezas do Maraca e vender suas últimas mercadorias, com sua tradicional veste (havaiana, bermudão e camisa do mengão pirata), na arquibancada todo mundo é igual. Todo mundo senta lado a lado, ouve radinho de pilha e entende que não era a hora de colocar outro volante e recuar o time depois do segundo gol...
Esse clima de igualdade, essa inclusão e esse nivelamento social só acontece na torcida do Flamengo e dentro do Maracanã. É exclusividade e orgulho nosso.
Todos temos a exata noção do que é estar lá dentro, não apenas fazendo parte da massa, mas principalmente contribuindo na obra com mãos e vozes.
Só a gente sabe disso. Só nós, sabemos a alegria de ser rubro-negro.
No dia em que nossos adversários pensarem e sentirem tudo isso, talvez comecem a despertar pra necessidade de irem aos jogos de seus clubes, sem ficarem contando com o outro, que também não vai nunca...
Posso apostar que isso ainda vai demorar muito pra acontecer e, quando acontecer, o Flamengo já estará com uma gestão decente e nadando em dinheiro... Porque ser campeão, a gente pode ser quando os jogadores quiserem...
De um jeito ou de outro, a gente vai estar lá mesmo, em todo jogo, em bom número, sem campanhas ou convites vergonhosos... passe o jogo na tevê aberta ou não. Sem desculpas de que lá só tem violência, por favor!

Ser Flamengo é ter noção da importância desse Clube em nossas vidas.

Saudações Rubro-Negras.

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