A dor e a delícia de ser Flamengo

Não adianta. O Flamengo é diferente. Não tem jeito. Eu vi o grande Raul Plassmann falando algo na tv essa semana, que sintetizou bem isso após uma reportagem especial no Globo Esporte, sobre os seis campeonatos brasileiros que conquistamos. Reportagem em que ele traduzia -sob o seu ponto de vista- o que era estar sob a Magia Rubro-Negra, sobre o porquê do Maraca ser a casa única e própria do Flamengo, de entender da força da Nação, enfim, sobre essas coisas que todos nós Rubro-Negros sabemos inconscientemente desde a criação Divina. E ele -nosso goleiro tricampeão, ao final de tudo, de forma magistral, concluiu filosoficamente algo como 'me desculpem o que eu vou falar, mas é por isso que eu nunca senti falta de seleção brasileira'. Me arrepiei, sinceramente. É isso o que nos faz ser superiores, orgulhosos. São essas declarações de amor, essas sinceridades, essas confissões, são os gestos de entrega, de sacrifício.
Vimos nos momentos decisivos desse campeonato, jogadores falando em 'escrever seus nomes na história do Flamengo'. Onde mais se vê isso? Em nenhum lugar, certamente.
Vamos ignorar os falsos torcedores, os marginais que mancham, envergonham e desonram o Flamengo. Vamos falar só dos torcedores de verdade, que sentem o arrepio integral ao ouvir falar do Flamengo. Dos que deixam escapar lágrimas ao meramente falar da paixão pelo Flamengo. Dos que não dormem bem quando o time joga mal e empata ou perde a partida. Dos que dormem o sono dos justos, de sonhos campeões, quando os mesmos jogadores, mesmo jogando mal, perdem ou empatam, mas com suor e sangue. Vamos falar de você, de mim.
Sim, vamos falar dos Rubro-Negros natos, incondicionais e racionais torcedores do Mais Amado. Nós que sabemos torcer e honrar. Que sabemos fazer a festa perfeita. A festa que faz qualquer jogador sonhar em participar. Que faz o clima de um país mudar. Que faz de duas cores, uma explosão de cores admiráveis. Esse é o Flamengo.
Eu posso bem imaginar o que passa na cabeça de vento dos atuais jogadores que conquistam um campeonato pelo Flamengo. Um Carioca que seja, que dirá um Nacional. Somos os melhores anfitriões da bonança. A festa da Nação tem fartura de alegria, de bem-estar, de sensação de dever cumprido. É isso que queremos quando pedimos raça, quando vaiamos um corpo-mole, um oba-oba dentro de campo. Queremos entrega. Porque sabemos que se houver essa entrega, a nossa tarefa será levar os heróis do momento nos braços. Mesmo que nem todos sejam tão heróis, mesmo que nem todos sejam tão doadores de si. Sabemos que -como aqui- lá dentro de campo, não existem seres perfeitos. Perfeito mesmo só o Flamengo. Perfeito em toda a sua Superioridade, Justiça e Onipotência. Só pode mesmo ser obra de Deus, esse Flamengo. O é.
Os atletas -de qualquer modalidade- que daqui por diante venham a vestir o Manto Sagrado precisam saber disso. Não só saber: entender. Que acima de títulos queremos dedicação ao Flamengo. Dedicação em esforço e emoção. Mas títulos são sempre bem vindos... eles marcam épocas, eternizam nomes, tatuam a memória. Queremos levar ao Olimpo nossos semelhantes na lavra do suor nosso de cada dia. É por aí...
O Flamengo é inexplicável, mas vou continuar tentando arrumar um jeito de explicá-lo. Não para 'converter' alguém à essa religião, à essa Força Suprema, mas para que os que estão de fora da sua Luz compreendam-o e sintam-o exatamente como diferente de tudo, inexplicável. E que admitam essa 'diferença' tão evidente.
Esse é o barato de querer mostrar ao mundo inteiro a alegria de ser Rubro-Negro.

Verdadeiras Saudações Rubro-Negras

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